A cobiça pelo poder


Segundo o filósofo francês Michel Foucault em sua obra Microfísica do Poder, “... o poder se exerce por meio de mecanismo sutis, é necessário formar, organizar e colocar em circulação um saber”. A pouco nós vimos à eleição para o presidente da Câmara dos Deputados, onde os deputados esqueceram os partidos e se dividiram em blocos, onde dois destes eram governistas. Segundo essa máxima de Foucault, os deputados federais se organizaram, criaram mecanismos para chegar ao poder, mas, só esqueceram de colocar em circulação um saber, pois o interesse era algo particular, a cobiça ao poder e o que ela traz.
Apoiado pelos envolvido em escândalos no ano passado como o ex-ministro José Dirceu e seu inimigo de carteirinha Roberto Jefferson, Paulo Cunha, Valdemar Costa Neto e para acompanhar o acusado de vários crimes o dep. Paulo Maluf e ainda o peemedebista gaúcho Eliseu Padilha, que se disse nas eleições passadas inimigo do PT; Arlindo Chinaglia venceu as eleições para presidente da Câmara Federal.
O poder do Presidente da Câmara é tão cobiçado, pois ele exerce total influência sobre as pautas de votação da casa. E é ele que dá a palavra final e determina quais projetos serão apreciados pelo plenário.
Esta briga que houve para estar à frente da casa, é para atender as necessidades do povo brasileiro ou, dar maior destaque (e poder) aos partidos políticos? Questiono-me, pois, partidos ditos de esquerda, montaram um bloco, como chama o Dep. Federal Beto Albuquerque de bloco “centro-direita”, formado por PT, PMDB, PTB e o PP do casado deputado Severino Calvacanti, e sem falar que receberam ainda votos do PSDB. O que está em jogo aqui?
A iniciativa do Deputado Aldo Rebelo (PC do B) a reeleição, forçou o PT e PMDB a reagirem e lançarem um nome para concorrer. Mas aqui questiono. Por que a divisão dos apoiadores do planalto? Será que, os interesses do planalto são de agrado de todas as bancadas aliadas? Ou objetivo desses blocos são de um ensaio às eleições de 2010 para a sucessão do presidente Lula e, por isso o racha, pois o objetivo é inviabilizar uma candidatura à sucessão de Lula fora das fileiras petistas? Ou será que, a atuação séria, ética e coerente do último presidente da câmara (Dep. Aldo Rebelo – PC do B), não agradou alguns partidos políticos? Cadê aquele eslogan que passava nas propagandas de TV a para reeleição “deixa o homem trabalhar”? Pois, no momento dos escândalos em Brasília foi chamado e apoiado o Dep. Aldo Rebelo (PC do B) para fazer o trabalho que deveria ser feito, e agora que a poeira abaixou e a reeleição do presidente foi garantida interrompem e deixam de lado os que deram a cara à tapa, pois os que mereciam (dar a cara à tapa) estavam de cabeças baixas ou escondidos.O que está em jogo aqui é a pequena política de interesses, fisiologia.
O que queremos são propostas para um Brasil ir para frente e não um palco de circo para alguns partidos e políticos ficarem se mostrando; para ter apoio e participar do poder ficam pulando de lado (esquerda – direita, direita - esquerda), como nos mostram os anos. Para Foucault o “poder se exerce mais que se possui”.