
Cada dia que passa me assusto em pensar no futuro das crianças deste país. Futuro? Isto existe para nossas crianças? Questiono-me se tem, pois com o passar dos anos, o nosso sistema nos engole e quem sofre com isso, são as crianças.
As crianças estão sendo exploradas, nas sinaleiras das esquinas de cada cidade; nos campos; nos lixões; e ainda na educação. Sim, na educação. A infância está sendo perdida, roubada daria para falar.
Em nossa educação, estão perdendo a boa aula. O professor vai ter que se dividir em 50 com esta junção de turmas, a tal de “enturmação”, que nossa governadora, que já foi professora decretou, se já não bastasse os problemas sócio-pedagógicos que nossas escolas enfrentam. Mas o problema maior ainda não é esse, e sim a alienação visual que nossas crianças estão sofrendo em salas de aula.
Uma grande mestra em sala de aula me relatou um problema de discriminação social, sofrido com algum dos alunos por seus colegas, numa turma de segundo ano do ensino fundamental, em uma escola da rede pública desta cidade. Uma menina, aluna desta escola, é deixada de lado pelas suas coleguinhas de sala, por discriminação visual. É isso mesmo! Crianças de oito ou nove anos discriminam outras crianças por uma questão visual. Na minha infância, para brincar com alguém, pouco me importava se os pais de meus coleguinhas tinham ou não tinha bens ou condições de pagar uma roupinha melhor para eles, o importante para mim era se os pais deles os deixassem brincar comigo. As crianças eram os únicos seres que não davam importância para questão social dos seus amiguinhos de aula. Mas hoje tudo isso está mudado.
Esta menina é discriminada, como diz algumas coleguinhas dela, por não ter um caderno da Hello Kitty ou das tais Meninas Super Poderosas e estes personagens cor-de-rosa que toda menina quer ter; não andar com roupinhas ou sapatinhos de tal apresentadora ou cantora de TV; por ter repetido o ano; por morar, na periferia da cidade; por muitas vezes estar com mau odor. É isso mesmo! As crianças julgaram esta colega quando questionadas pela sua professora por não brincarem com ela. Existe hoje no mundo infantil, determinadas sociedades, aqueles que tem e aqueles que não tem determinados produtos e estampas em seus materiais escolares.
Questiono qual será o futuro desta criança? Pois na sua infância já está sentindo na pele a discriminação na primeira sociedade que ela vive, a sociedade escolar. Quais os motivos ela terá para continuar estudando? Como será sua formação psicológica, já que é na infância que a formamos? Que tipo de adulto será esta criança?
A sociedade que ela vive está empurrando-a para a margem desta. Sem muitos esforços, não sendo muito pessimista, esta criança quando adulta odiará as pessoas desta sociedade, e fará de tudo para ter o que nunca teve, talvez não precise chegar até a fase adulta, ela recorrerá ao crime para ter o que um dia foi discriminado por não ter. Mas de quem é a culpa? Da nossa sociedade consumista, que só pensa em consumir. Estamos tirando a infância desta criança e de tantas outras, por escolhermos esta sociedade como certa, pois sendo discriminada na sua infância pelas próprias pessoas de sua idade, é roubado o prazer e desmotivante o convívio nesta sociedade, tirando assim o direito dela estudar.
A infância está perdida, não só para esta criança que foi discrimina ou continua sendo; mas para estas que estão sendo adulteradas pela imagem; estão querendo ser gente grande, enquanto tem muita gente pequena, fazendo coisa de gente grande, querendo apenas ter um tempinho para ser criança. Esse é o retrato da infância perdida.
As crianças estão sendo exploradas, nas sinaleiras das esquinas de cada cidade; nos campos; nos lixões; e ainda na educação. Sim, na educação. A infância está sendo perdida, roubada daria para falar.
Em nossa educação, estão perdendo a boa aula. O professor vai ter que se dividir em 50 com esta junção de turmas, a tal de “enturmação”, que nossa governadora, que já foi professora decretou, se já não bastasse os problemas sócio-pedagógicos que nossas escolas enfrentam. Mas o problema maior ainda não é esse, e sim a alienação visual que nossas crianças estão sofrendo em salas de aula.
Uma grande mestra em sala de aula me relatou um problema de discriminação social, sofrido com algum dos alunos por seus colegas, numa turma de segundo ano do ensino fundamental, em uma escola da rede pública desta cidade. Uma menina, aluna desta escola, é deixada de lado pelas suas coleguinhas de sala, por discriminação visual. É isso mesmo! Crianças de oito ou nove anos discriminam outras crianças por uma questão visual. Na minha infância, para brincar com alguém, pouco me importava se os pais de meus coleguinhas tinham ou não tinha bens ou condições de pagar uma roupinha melhor para eles, o importante para mim era se os pais deles os deixassem brincar comigo. As crianças eram os únicos seres que não davam importância para questão social dos seus amiguinhos de aula. Mas hoje tudo isso está mudado.
Esta menina é discriminada, como diz algumas coleguinhas dela, por não ter um caderno da Hello Kitty ou das tais Meninas Super Poderosas e estes personagens cor-de-rosa que toda menina quer ter; não andar com roupinhas ou sapatinhos de tal apresentadora ou cantora de TV; por ter repetido o ano; por morar, na periferia da cidade; por muitas vezes estar com mau odor. É isso mesmo! As crianças julgaram esta colega quando questionadas pela sua professora por não brincarem com ela. Existe hoje no mundo infantil, determinadas sociedades, aqueles que tem e aqueles que não tem determinados produtos e estampas em seus materiais escolares.
Questiono qual será o futuro desta criança? Pois na sua infância já está sentindo na pele a discriminação na primeira sociedade que ela vive, a sociedade escolar. Quais os motivos ela terá para continuar estudando? Como será sua formação psicológica, já que é na infância que a formamos? Que tipo de adulto será esta criança?
A sociedade que ela vive está empurrando-a para a margem desta. Sem muitos esforços, não sendo muito pessimista, esta criança quando adulta odiará as pessoas desta sociedade, e fará de tudo para ter o que nunca teve, talvez não precise chegar até a fase adulta, ela recorrerá ao crime para ter o que um dia foi discriminado por não ter. Mas de quem é a culpa? Da nossa sociedade consumista, que só pensa em consumir. Estamos tirando a infância desta criança e de tantas outras, por escolhermos esta sociedade como certa, pois sendo discriminada na sua infância pelas próprias pessoas de sua idade, é roubado o prazer e desmotivante o convívio nesta sociedade, tirando assim o direito dela estudar.
A infância está perdida, não só para esta criança que foi discrimina ou continua sendo; mas para estas que estão sendo adulteradas pela imagem; estão querendo ser gente grande, enquanto tem muita gente pequena, fazendo coisa de gente grande, querendo apenas ter um tempinho para ser criança. Esse é o retrato da infância perdida.