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Tonei-me conhecido diante da torcida colorada


Lembro-me da minha primeira camisa do time colorado, deveria eu ter uns três anos de idade, sobre o nobre símbolo deste time, havia três estrelas, simbolizando as conquista do brasileirão.
Os anos foram passando, e a camisa do meu time colorado já deixou de servir, meu pai, que já foi um jogador de futebol em times do interior de Montenegro, já não podia me ensinar mais uns dribles diferentes, pois, problemas em sua coluna vértebra impossibilitaram de jogar futebol; assim também foi sumindo meu gosto por este esporte.
Nunca fui um grande torcedor, não conseguia assistir um jogo se quer inteiro na TV, não era muita paciente. Gostava de saber de resultados. Meus amigos, a maioria gremistas que se vangloriavam com as conquistas que o seu time conquistava, e eu quieto, nem sabendo quem jogava no time colorado.
Anos depois fiquei sabendo que o Internacional tinha conquistado mais um título nacional a Copa do Brasil de 1992. Bacana mais uma estrela no peito, mas o que eu ganhava com isso.
Nunca fui um bom estudante, nem um bom jogador estudantil, era classificado um perna de pau. Cada dia mais eu começava a odiar o futebol.
Determinado ano após, o jogador do Internacional Argel, estava na minha cidade, Montenegro. E até agora não sei como e nem o porquê, consegui um autografo dele e uma foto ao seu lado. Parece que, algo me motivou a estar ao lado de um colorado.
Os anos foram passando, conquistas pessoais foram adquiridas e, ouvi o meu time, o Internacional quase conquistando o tetra campeonato nacional. Meu cunhado, um torcedor digamos fanático. Quase passou mal aquele ano. O ano de 2005. Nossas conversas começaram a ser limitadas, pois o rapaz só sabia de futebol, e muito bem do meu time o Internacional.
Muitos amigos gremistas me perguntavam, “quando foi a última vez que eu time conquistou alguma coisa, fora Gauchão?” Sei que não dava bola para futebol, mas, aquela pergunta me irritava.
Em 1998, entrei pela primeira vez no estádio Beira-Rio, o templo colorado, assistindo o jogo do Gauchão, Internacional X Veranópolis. Este jogo não passou do empate , mas para mim não importava, era meu primeiro jogo que assisti do meu time colorado.
Anos após, acompanhei (via mídia) o meu time, Sobis, Fernandão e outros grandes valentes, conquistar o topo da América. E logo após o tão sonhado Mundial. E naquele mesmo ano, eu conquistar a minha tão sonhada formatura em Filosofia na Universidade do Rio dos Sinos, onde, na colação de graus, os professores se manifestaram ser “colorados”. Com muito orgulho naquele momento.
Sempre fui um ser que procurava resultados, acompanhava os resultados no meu time, o time colorado. Naquele ano, as minhas emoções se misturavam, em saber que meu time colorado conquistou o Mundo e eu conquistando o conhecimento.
Não sei o porquê, mas, quando vi, torcia para ver os resultados do meu time colorado, já sabia a escalação completa e, até discutia só os lances que via na TV. Eu e meu cunhado já ficávamos juntos escutando os jogos e tínhamos mais conversar para falar. Vi os craques colorados, o garoto Pato companhia, conquistar mais um título, a Tríplice Coroa. Fiquei maravilhado com a tríplice sobre o símbolo colorado.
Após um ano da conquista do Mundial, participei pela primeira vez das comemorações de um título e, naquele Natal, ganhei de presente de um amigo a camisa do meu time colorado, a minha segunda camisa colorada, a primeira ainda guardada de recordação, para mim foi uma grande alegria, e quando me dei conta, estava sendo um torcedor fanático colorado.
Já neste ano (2008), na Copa Dubai, assisti o primeiro tempo do jogo contra o campeão alemão Sttugard. Infelizmente não pude assistir o resto do jogo, pois tive que ir para a cidade de São Leopoldo, mas não hesitei em colocar pela primeira vez a minha camiseta do time colorado. Chegando a cidade, algo estranho eu senti ano ar muitos estavam me cumprimentando sem eu nem conhecer estes.
Andando já no centro desta cidade, reparei dos colorados com seus uniformes de guerra, na qual perguntei o resultado do jogo, nem terminei de perguntar já estavam me abraçando e impulsionavam a pular e gritando “... Vamos, vamos Encher. Vai ser campeão...”. Notei que o meu time colorado venceu o jogo, mas ainda não sábio o resultado. Após toda esta euforia me comentaram então o resultado. Nossa me senti muito feliz com aquilo tudo.
Caminhando em São Leopoldo, muitos me cumprimentavam, alguns com camisetas do time colorado outros não. Mas ainda não sábia de onde eu conhecia estes desconhecidos e como me tornei um conhecido para estes desconhecidos.
Voltando a minha cidade, Montenegro, notei que a mesma coisa. Usei meu raciocínio lógico, “jogo do Inter + vitória do colorado + a camiseta que eu vestia = sou parte de uma nação, os colorados são um só”.
Na final da Copa Dubai, contra a Inter de Milão que caiu em um dia de semana, não tive como acompanhar o jogo. A loja onde trabalho fica perto de um bar, onde é o ponto de encontro de colorados da cidade de Montenegro. Minutos antes do jogo, fui obrigado a colocar a minha camiseta e ficar em frente ao estabelecimento onde trabalho, eram muitos colorados saindo de todos os cantos em direção ao bar, era uma euforia só. Muitos passavam por aos berros “é hoje!”, “mais um título”, “Vamo, Vamo, Inter”, fiquei emocionado com isso, nunca cumprimentei tantas pessoas na minha vida.
O jogo começa e tive que me contentar com o rádio para acompanhar o jogo e, de lá fora se escutava a agitação da galera colorada. Estava louco para estar lá, mas tive que honrar com meus compromissos. Primeiro gol do Fernandão, nossa nunca fiz isso na minha vida, mas corri para fora da loja onde trabalho gritando, alguns colorados que passavam vieram ao encontro de outros colorados para a comemoração. Mas a incerteza de ganhar era grande, ‘grande uma ova’, sabia que com meu time colorado isso não iria acontecer, fomos para as Arábias para retornar com este título. Quando vi, gooooooooooooooolllllllll!!!!!!!!, Nilmar de bicicleta nossa me senti realizado, meu time o Internacional se tornava cada dia mais Internacional. Final de jogo sai para rua para comemorar, a rua foi fechada por alguns instantes, uma massa vermelha fechou aquela esquina, e eu ali no meio, primeiro título que acompanho do meu time colorado, que alegria.
Hoje ando pelas ruas de minha cidade, muitos vezes sou cumprimentado, sei que são colorados, é coisa de sangue eu acho. Sentia-me um estranho algum tempo atrás, não era uma pessoa de muitos amigos, mas, hoje faço parte de uma família, a família colorada me recebeu muito bem. Eu que um desconhecido, tornei-me um conhecido, diante da torcida colorada.

Comentários

Anônimo disse…
Colorado, colorado , nada vai nos separar...

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