A defesa do ser hetero


Há um assunto pertinente que de um tempo para cá, todos estão comentando, na mídia, redes sociais... E desta vez todos tem um lado sobre este assunto, ou você é a favor ou contra. O homossexualismo nunca foi um debate tão fervoroso como na atualidade. Lógico que tal assunto já devia ser debatido há muito tempo atrás, mas como dizem alguns estudiosos, cada assunto tem sua época para ser dialeticamente resolvida.

Na sociedade que vivemos a sexualidade é o único prazer que o ser humano possui por natureza (além do ato de se alimentar). Em uma sociedade que se titula livre de tabus sexuais, há inúmeras questões que ainda não foram resolvidas. A livre opção sexual é uma destas questões.

Percebo que há aqueles que defendem o heteronismo, a família, as sagradas escrituras. Bom, primeiramente, vivemos em um estado laico (que é secular em oposição a eclesiástico), mesmo o Brasil sendo considerado um dos maiores países cristãos do mundo. Então a defesa dos escritos sagrados se torna algo cultural para aqueles que o seguem.

Há uma defesa grandiosa do “ser hetero”, e isso diante dos meus olhos causa um certo espanto e cômico ao mesmo tempo. Fica minha pergunta: ‘o que é a defesa do ser hetero?’ Acredito que, para aqueles que se preocupam com isso, deve ser o medo de que o homossexualismo seja visto como algo naural, e estes terão que sair do armário. Só pode ser isso, pois sou livre para escolher minha opção sexual. Quando fiz minha opção, indiferente de qual seja, não preciso ficar preocupado com a opção do outro, se tenho minha escolha, não é?

Outros defendem que o homossexualismo não é algo natural. A pergunta que fica, o que é natural? Uma questão minha: se é natural o homem ser mal por natureza, assim como diz o filósofo Hobbes (1599-1679), por natureza está justificado suas atrocidades em sociedade. Isso é uma questão lógica. Uma questão lógica ou natural, o homossexualismo é uma questão histórica. Para a sociedade egípcia, japonesa, grega, romana e tantas outras, o homossexualismo era algo natural em suas sociedades. A proibição desta escolha sexual veio com o alvorecer do catolicismo no mundo. Não estou aqui mostrando culpados ou não, pois sim, fatos históricos.

Há ainda aqueles que defendem a família, e julgam que o homossexualismo é a ruína desta. Aí vai mais uma pergunta minha: o que se entende por família? Questões sentimentais ou sexuais? Para ser família precisar ter a figura do pai e mãe como muitos defendem, mas se um desses representantes familiar vier a falecer, esta continua sendo uma família? Nota-se que para se tornar uma família, não precisa de duas figuras de sexo opostos, e sim o sentimento existente.

Estes mesmos que defendem a família e sagradas escrituras, comentam que estão sendo discriminados por estarem defendendo suas ideologias, e que tais preconceitos são prejudiciais à sociedade. Por este raciocínio, então, não devemos banir o nazismo, já que este também discrimina algo por sua ideologia.

Há um projeto de lei que quer que o Conselho Nacional de Psicologia trate o homossexualismo como doença! Tais projetos, também foram discutidos em países como Itália, Espanha e Portugal, onde o Conselho Mundial da Saúde teve que intervir junto com a Organização Mundial de Direitos Humanos. O CMS interviu tal projeto, mostrando que tal proposta é irracional não havendo questões empíricas concluindo isto.

Percebo que estão querendo tratar o homossexualismo como doença, querendo que estes se registrem. Isso me faz lembrar o nazismo quando ganhou poder na Alemanha, onde registraram judeus, homossexuais, ciganos e outros, e logo após todos nós sabemos o que aconteceu.

Se querem defender a família, ótimo. Mas vamos defender melhores condições de educação e saúde em nossa sociedade. Buscar maiores mercados de trabalho, diminuição da carga tributária, menos corrupção, isso sim é salvar a família. E outra, aqueles que defendem o “ser hetero”, e são contra o homossexualismo, não conseguem ver dois homens juntos, mas adorariam ver duas mulheres juntas.