E o tempo voa
A ampulheta me olha
A idade me consome.
Alegre infância
Triste adolescente
Querendo ser gente
Nunca sendo verdadeiro
Comigo mesmo.
Ciranda,
Queimada,
Bola de gude,
Sapata, calçada,
Joelho ralado
Sangrando
Escorrendo o fluido
Do tempo
Da gincana
Da lembrança.
Coragem é olhar o tempo
Como um filme
E reconhecer erros
Vivenciar os acertos.
Não me arrependo do que fiz,
Nem sempre fiz o certo
Bom quase sempre,
Mas só me arrependo
Do que não conseguir fazer
Ainda hoje
Querendo fazer
Mas o tempo irá permitir
Brincar.