Não há mais caverna, nem sombras, só ilusões pendentes, sonhos deixados de lado, por culpa de um comodismo resultante da necessidade. Há luzes para todo lado, porém não fazem o breu da escuridão densa, sair diante de seus olhos. Vê a luz graças à escuridão? Ou conhece esta por falta da iluminação? Várias questões, poucas respostas. E vivem questionando tudo, “para que?”, diz ele, querendo ficar na inércia.
Vai procurando luxúria nas esquinas, prostitutas escondidas sob a luz na noite. Busca de carinho? Prazer? Comodismo. Assim fica mais fácil de ter o objeto desejado, sem conquistá-lo. Tentar? Para que? A felicidade está alienação, na intolerância, na ilusão. Para que buscar a dor, o questionar, a iluminação? Estas só lhe trazem indagações, solidão, mudanças desnecessárias. Se o importante é a felicidade, para que buscar algo novo, mudanças? Para que questionar o está pronto, bom, prazeroso?
Está lá, um ser vegetando em sua animalidade, está lá um ser em potencia, mas não em ação. Para quer ser racional e um mundo pronto, que me dá tudo em um cesto de supermercado? O que procurar se não há nada escondido?
Questões, questões, indagações. Para que? Não servem para nada.
Com certeza não serve para nada, para que pessoas que não são nada, de um mundo do nada, e para seres de tão pouco. Sonhar é sobreviver, racionalizar, viver. Vai Zé ninguém, buscar prazeres nas esquinas da escuridão de sua vida, iluminada por um poste de luz.