As lições de He-Man e os Mestres do Universo

 Por Gelson Weschenfelder

Convido a todos a refletir sobre lições da animação He-man (a versão década de 1980).

 

Estreou a pouco continuação da versão clássica de He-man e os Mestres do Universo, chamada Mestres do Universo Salvando Eternia, na Netflix. Portanto, trago algumas reflexões.

Um clássico das animações da década de 1980, He-man foi um dos ícones desse período.

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Com as lições de moral no final de cada episódio, a animação tinha todo um cuidado de propor temas virtuosos para as crianças espectadoras.

Assim, de uma forma lúdica, He-man e os Mestres do Universo formaram moralmente muitas crianças, inclusive eu.

Há muitos que comentaram que, a nova versão, da Netflix, possui ‘lacração’, e que a versão de suas infâncias, não discutia algumas questões.

Mas, aqui faço algumas análises sobre esta animação, que também fez parte de minha infância.

Como já comentado, na série, seus episódios sempre terminavam com algum personagem contando aos espectadores a lição de moral que a história pretendeu transmitir. Questões sobre Justiça, Proteger os oprimidos, Lutar contra desigualdades, Proteger os animais, Não usar drogas e tantos outros temas de grande importância.

Mesmo com aparência máscula, He-man sempre era gentil, amigável, rompendo com a imagem de macho alfa e da Masculinidade Tóxica.

Para quem não conhece o termo, ‘masculinidade tóxica’ é uma construção social, que define um conjunto de regras que determinam comportamentos específicos esperados de indivíduos do sexo masculino. Devido a isso, pode impactar negativamente a saúde e o dia a dia de muitas pessoas. De modo geral, essas imposições costumam ser repressivas e ligadas a comportamentos violentos, valorizando a força física e transformando as emoções em um sinal de fraqueza. Por isso, afetam a vida dos homens em diversos aspectos e, inclusive, são capazes de perpetuar casos de homofobia, estupro e misoginia. Organização Pan-Americana da Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), lançou um relatório sobre o tema. Nele, destaca-se que um em cada cinco homens que vivem nas Américas morre antes dos 50, sendo que muitas dessas mortes são causadas por problemas diretamente ligados à masculinidade tóxica.

Dentro desse contexto, a animação traz outra questão, que sim, um homem pode e deve cuidar de uma criança, demonstrar sentimentos, ser zeloso, assim como o personagem Mentor. Esse personagem, cria a filha adotiva Teela sozinho, mostrando que, a figura paterna pode manifestar sentimentos, educar, muitos desses aspectos alocados ao papel da mulher na criação de filhos.

A animação também apresentou as primeiras ‘Mulheres Empoderadas’ na década de 1980. Teela a capitã da Guarda Real de Etérnia, e uma grande Guerreira; Feiticeira, a guardiã do Castelo de Grayskull e uma personagem muito poderosa; Maligna, uma maga suprema, que inúmeras vezes teve que salvar o vilão Esqueleto. Mas também a série animada, teve um spin-off, com a irmã gêmea de He-Man, a princesa guerreira She-ra, que dispensa comentários.

Não ao uso da violência - O personagem do He-man nunca feriu ninguém. Sua espada é usada apenas para vencer obstáculos. Sempre que precisava conter um adversário, ele os lançava contra lugares seguros, como poças de lama ou água. A animação também sempre destacava o poder da Amizade e da construção de algo pelo Coletivo e Diversidade de povos.

He-man não foi uma simples animação. Auxiliou a formar o caráter moral de muitas crianças.