Por Denilson Reis
Tenho uma trajetória de mais de três décadas como fanzineiro, editando o fanzine Tchê desde dezembro de 1987. Em 1994, iniciei minha trajetória como professor de História trabalhando com alunos de Ensino Fundamental e Médio. No princípio, na realidade, por muitos anos, não me sentia à vontade de levar minha produção de zines para dentro da sala de aula, nem para mostrar como curiosidade aos alunos.
Com
o tempo fui amadurecendo meus princípios pedagógicos e mergulhando em obras de
Paulo Freire e seus seguidores. Conceitos como autonomia, protagonismo e
construção do conhecimento começaram a fazer parte de meu cotidiano dentro da
sala de aula. Comecei a perceber que os fanzines poderiam ser uma ótima
plataforma de produção do conhecimento a partir das vivências e experiências
dos alunos.
O
fanzine sempre foi a forma como eu expressava minhas ideias, minhas angústias,
meus sonhos. Na realidade, o fanzine sempre foi mais do que uma forma de
expressão, foi é a plataforma onde eu coloco a minha realidade, mostra a minha
vida e interajo com as pessoas.
Assim,
acreditei que era possível que os alunos pudessem usar o fanzine para construir
o seu próprio conhecimento a partir de conteúdos programáticos. Além disso,
poderiam usar de sua criatividade para demonstrar esse conhecimento construído.
No fanzine, o aluno pode expressar o conhecimento da forma que ele ache melhor,
sem a preocupação com a formalidade da educação bancária. O fanzine pode ser a
libertação do aluno dentro do processo ensino-aprendizagem.
Portanto,
com estas premissas, comecei a usar o fanzine dentro da sala de aula e a cada
trabalho realizado, vou aprofundando ainda mais as possibilidades que esta
ferramenta pode proporcionar no crescimento intelectual de meus alunos.
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