Há lugar para Deus?


A humanidade (ainda) continua tentando conciliar razão e fé. Mas a ciência terá condições de um dia que foi Deus quem criou o universo e determinou os rumos da evolução?
Durante muitos séculos, Deus foi o responsável pelo sucesso do homem sobre o planeta. Até que a ciência entrou na briga e, começou a mostrar que isso não era necessariamente verdade. Os estudo científicos das camadas geológicas que formaram a terra já provava que nosso planeta tinha milhões de anos e não 5 mil de acordo com os cálculos de São Agostinho. Na década de 1860, a teoria da seleção natural e da evolução das espécies de Charles Darwin, lançou as primeiras dúvidas consistentes à cerca da influência divina sobre a ordem da vida na terra. No século XX, os pensadores como Nietzsche, Marx, Freud, Satre e outros chegaram a apostar ainda na “Morte de Deus” e no inicio de uma “era da razão”. Mas isso ainda não se concretizou. Pelo contrário, o que se observa hoje é uma revalorização da fé; olhamos para o Brasil, onde há uma proliferação de religiões e seitas. Ao longo da história, a relação do homem com o sagrado tem se mostrado um traço extremamente persistente, e isso continua.
Nenhuma teoria, segundo o paleontólogo americano Stephen Jay Gould, pode ser vista como uma ameaça às crenças religiosas, por que essas duas grandes ferramentas da compreensão humana trabalham de forma complementar e não oposta: a ciência para explicar os fenômenos naturais e a religião como explicar dos valores éticos e da busca por um sentido espiritual para a vida. Mas, nas últimas décadas, o que se tem percebido é um acirramento das diferenças entre aqueles que acreditam que a complexidade da vida só pode ser explicada por uma inteligência superior e aqueles que defendem que a inclinação para acreditar em Deus é apenas um traço biológico da nossa fé, ou seja, somos programados para ter fé.
O criacionismo bíblico, segundo qual estamos na terra apenas por que saímos da prancheta (ou imaginação) divina para nos reproduzir “à sua imagem e semelhança”. Teorias como esta, presumem que o ser humano é o resultado de um projeto perfeito, o que não é verdade. É consenso entre milhares de especialistas que o design humano, apesar de eficiente, está longe de ser inatacável biologicamente, imaginem ainda o psicológico.
Sempre que há um eventual problema, recorremos á um pai protetor, na qual a figura de Deus se encaixa perfeitamente. Por isso o dilema humano é que evoluímos geneticamente para acreditar em Deus, não para acreditar na biologia. A ciência ainda não conseguiu explicar se Deus criou nosso cérebro com essa habilidade ou se foi à evolução que fez o cérebro criar esse portal para Deus.
Quando um ateu passar para o outro lado da vida, após sua morte e, se confrontar com o ser divino, ele ainda terá a oportunidade de reconhecer seu erro da não crença, mas, se um fiel e temente a Deus, onde abdicou parte de sua vida para viver esta crença, passar para o outro lado da vida, e ver que, nada que ele acreditou existe na verdade, seria uma situação cômica.