Quatro ruas em volta do umbigo



Em um vilarejo, três séculos atrás no interior do sul da Irlanda, UmbilicusVille, começou a ver seu vilarejo a se desenvolver economicamente e socialmente através de seu comércio local. O vilarejo era um ponto estratégico, todos que queriam se descolar ao centro ou ao norte daquele país teria que passar por este.
Muitas oficinas de artesões (a futura indústria) da região começaram a se instalar nas redondezas do vilarejo, pois apostavam no forte comércio deste, para vender seus produtos. Os burgos (comerciantes) se desenvolviam cada vez mais. Habitantes de outras regiões procuram o vilarejo de UmbilicusVille para habitar em busca de renda, para seus familiares no comércio e oficinas artesãs do local. O vilarejo se desenvolvia cada vez mais.
Em torno de 10 anos o vilarejo de UmbilicusVille, não tinha características de vilarejo e sim de uma mediana cidadezinha, o desenvolvimento batia as portas daquele local. Mas como nos dias de hoje, o desenvolvimento também trás o caos.
Como em todo o vilarejo ou cidade, de qualquer época histórica, o desenvolvimento urbano, apresentava feridas apresentáveis a todo olho nu. Descriminação, marginalização, periferias surgindo. Em suas pequenas e poucas ruas, que o vilarejo de UmbilicusVille possuía, o caos era notável, com grande número de pessoas e veículos de tração animal, andando para qualquer direção, a desordem nas ruas urbanas se tornava em um caos em suas pequenas ruas.
As exigências por mudanças urbanas eram aclamadas pela população de UmbilicusVille, para poderem assim se desenvolver mais. Era grandioso o descontentamento com o príncipe regente daquela província.
Após um determinado tempo, a aclamação teve ouvidos, e por decreto do príncipe regente, UmbilicusVille deixou de ser denominada de vilarejo, se tornando cidade; e cada rua que a então cidade possuía, teria que ter um sentido único, acabando assim com a desordem no trânsito local.
Mas o descontentamento dos burgos de UmbilicusVille continuou, mas com outras razões. Muitos reclamavam prejuízos com as mudanças, principalmente no trânsito local. Muitos criaram imagens de seus umbigos (como cartazes) para protestar contra o decreto de mudanças, com o intuito de dizer “... do meu umbigo cuido eu”, “... eu penso em meu umbigo” ou “não sou a favor do outro, mas sim de mim”, não perceberam que UmbilicusVille deixou de ser vilarejo e se tornou cidade, e que não vivem como dez anos atrás, o decreto pensou em um todo, e não em uma parcela. (Esta história é fictícia. Qualquer semelhança é puramente coincidência ou fruto do acaso).
Há muito tempo, nós seres humanos, buscamos e temos sede por mudanças. Almejamos o novo, pensamos que temos a mente aberta, que somos evoluídos. Mas, quando estas mudanças chegam, nós de uma forma inesperada, temos receio a estas, vemos que somos ortodoxos, teríamos só a “idéia de mudanças”, mas somos conservadores. Ao invés de evolução, é o retrocesso ou imobilidade que queremos.
O que há de errado nas mudanças? Estas nas quais muitas vezes exigimos. Por que retrocedemos em momentos de evoluirmos? O egocentrismo prejudica a evolução de um todo. Pois as mudanças podem fazer o mundo girar em torno de todos. Mas, muitos não têm como levantar a cabeça, está atrofiada junto ao pescoço, fixando assim o olhar para o próprio umbigo. Nem todos querem andar nas ruas criadas em torno de seus umbigos. O mundo gira para todos!!!