O papel da filosofia nas salas de aula


Há pouco tempo, observei o conselho escolar de determinada escola privada, discutindo uma reforma no currículo escolar, inserindo ou não o ensino da disciplina ´filosofia`, nos seus currículos. O resultado desta discussão foi não colocar esta disciplina nos seus currículos, por se tratar de um custo á mais para a escola em contratar algum professor da área.
Primeiramente me pergunto, por que colocar pessoas em um conselho escolar que não entendem nada de ensino, e não tem nenhuma visão pedagógica da coisa. Outra a filosofia é um custo? Bom, a disciplina de filosofia como a de sociologia, foi retirada dos currículos escolares, graças ao golpe militar de 1964, onde era ´proibido pensar`. A ditadura caiu no inicio da década de 80, mas a filosofia e sociologia começam a retornar para as salas de aulas somente em 2006, por decreto do MEC (Ministério da Educação e Cultura).
Bom o atraso intelectual foi grandioso, mas existem ainda resistências sobre isso, herdeiros do golpe, vêem a filosofia e sociologia, como inimigos da evolução, ou da autonomia humana.
A filosofia é um aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico. Por sua vez, o domínio dos conhecimentos de filosofia e de sociologia são necessários ao exercício da cidadania. A filosofia é, com certeza, a disciplina que ensina o “pensar crítico”. Tem um papel fundamental com o pensar em geral, e nos prepara para pensar as outras disciplinas. A filosofia é importante como uma disciplina isolada e também como projeto interdisciplinar perpassando todas as disciplinas. Nesse sentido, é fundamental a inclusão da filosofia ao conjunto das disciplinas que, tradicionalmente, compõe a grade curricular do ensino médio. Incentivando uma interlocução com as demais disciplinas. Mas têm muitos ainda que vejam isso como algo negativo.
Mas, qual a utilidade da filosofia? Para que ela serve? Segundo o professor da rede estadual de ensino de São Paulo, Fábio Valverde, nos diz que, “... a filosofia exerce influência até mesmo sobre quem nunca ouviu falar nela, através de sermões, da literatura, dos jornais e da tradição oral, afetando assim toda a perspectiva geral do ser humano. No âmbito da política, a influência das concepções filosóficas tem sido expressiva. Admite-se que as idéias de Rousseau (filosofo francês) tenham sido decisivas para a Revolução Francesa de 1789. Torna-se, portanto, imperativo abandonar a afirmação de que a filosofia é destituída de valor, pois ao influenciar favoravelmente a política, pode gerar mudanças importantes para o ser humano. A ciência, em grande parte, introduzida pelos filósofos embora não possa substituir a filosofia, suscita problemas filosóficos”.
Para muitos, mesmo assim, poderá ainda achar que a disciplina de filosofia é um custo a mais ou uma disciplina sem importância. Então vamos ser mais categóricos. As universidades federais já estão incluindo em seus vestibulares a disciplina de filosofia, entre elas, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e a Universidade Estadual de Londrina (UEL). A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Federal do Paraná (UFPR), e aqui no sul a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Bom assim, a filosofia tem uma certa importância, uma disciplina a mais para prestar o vestibular. Mas, ainda acredito que tem gente com medo de dar o instrumento para as pessoas pensarem. Pois isso pode se tornar uma arma. Principalmente para políticos desonestos, herdeiros da ditadura militar, ou pessoas nas quais querem manipular as decisões da massa.