
Nossa! Já foram nove edições, e a cada nova edição, aumenta a vontade de espiar o que eles fazem. Bom, para nós brasileiros, que adoramos saber da vida alheia, este é um prato cheio. Vibramos, emocionamos, torcemos e votamos nos brothers da casa. Verdadeiramente é o povo que escolhe quem sai da casa, e quem ganha o valioso prêmio, o sonhado um milhão de reais.
Torcer e escolher quem deve ser o novo milionário que nem conhecemos é algo estranho diante de meus olhos. Temos a falsa impressão de conhecer as pessoas ou os brothers que estão lá confinados, por poder espiá-los a qualquer momento. Mas me questiono se os indivíduos que estão lá dentro são verdadeiramente as mesmas que estavam aqui fora. Pois depois que saírem da casa, não serão mais as mesmas e assim quando deixarem a estimada casa estarão poucos preocupados com o que pensávamos, e outra, lá dentro, para mim, elas vivem um personagem no jogo por um milhão. Por isso, acredito que, temos a falsa impressão de conhecê-las, pois estamos sendo levados pela emoção da cena apresentada, em outras palavras, estamos alienados. Procuramos nos heróis (como os chama, o apresentador Pedro Bial), características nossas, e depositamos nestes a nossa confiança e nossas virtudes. Procuramos nos identificar com alguém da casa e delegamos a este, a ter o prazer de viver o sucesso que nós muitas vezes nunca teríamos como chegar e vibramos e alegramos, como se fosse conosco, aos prêmios que estes recebem.
Este programa é nada mais que uma nova versão do programa extinto do SBT Topa tudo por dinheiro, só com mais emoção, igual às novelas brasileiras; mas tem uns que vão falar, “bah, mas é um milhão em jogo”. Bom, verdadeiramente não achamos um milhão na rua, mas até aonde nosso senso de ridículo vai, por uma determinada quantia em dinheiro, chegamos ao ridículo, pela possibilidade de alcançar este prêmio. Tornamos-nos uns palhaços (heróis na visão de alguns), para poder disputar o jogo. Aquele programa é entretenimento de milhões, nossas particularidades, nosso privado vai para o saco, quero dizer, vai para o ar. Simplesmente aqueles se tornam nosso fetiche, nossos anseios.
Vivemos em uma época (ou sempre vivemos), em que tudo acaba em sexo, onde tudo se faz por dinheiro; perdemos a nossa identidade, nosso privado, nossa intimidade, por um possível prêmio que, na maioria das vezes não é incerto. Hoje (ou sempre), topamos tudo por dinheiro, o sexo se tornou dinheiro, nossos valores se tornaram capital, até nossa educação. Fico perplexo na sociedade em que vivemos hoje, mas o importante é “... não sai daí, fique espiando”.