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No dia 4 de maio, celebramos o Dia de Star Wars.

 Por Filipe Martins

Mas o que podemos dizer sobre Star Wars que já não tenha sido dito? Como discutir Star Wars em uma época em que os conteúdos lançados estão tão polarizados? Ou ainda pior, quando se torna algo comum e não mais um evento especial?



Para aqueles que não vivenciaram ou não se recordam, lançar um filme de Star Wars costumava ser um evento único: manchetes de capa em revistas não relacionadas a cinema, lojas repletas de brinquedos de Star Wars, bancas de jornal abarrotadas de produtos temáticos, e cartazes espalhados pelas cidades. Era impossível ignorar a iminência de um novo filme de Star Wars. Um desses momentos aconteceu em 1999, com o lançamento de Star Wars – Episódio 1: A Ameaça Fantasma, quando pessoas pagavam ingressos apenas para assistir ao trailer (ironicamente, um dos filmes que exibiam o trailer era Matrix, fenômeno nesse mesmo ano). O Episódio 1 foi o Star Wars da minha geração. Foi o primeiro que vi no cinema para este que vos escreve, tanto que a imagem que tem no post é dos ingressos que guardo até hoje.

Hoje, olhando para trás, o filme é problemático, com questões de direção e interpretações controversas. No entanto, é um filme que ousou não imitar a trilogia original e se concentrou em criar planetas únicos, explorando o complexo mundo político dos Jedi e da República. George Lucas sabia o que estava fazendo, como ficou evidente com o lançamento, em 2005, do Episódio 3. Mas voltemos ao Episódio 1.

Em primeiro lugar, devemos lembrar que Star Wars sempre foi destinado a crianças, o que justifica ter uma criança como protagonista e o alívio cômico proporcionado por Jar Jar Binks. É perceptível que há um contexto que leva à transformação da República no Império, com sementes plantadas neste filme, além de mostrar que nem todos os Jedi são tão altruístas quanto se pensava, havendo entre eles alguns com certo grau de arrogância.

                E não podemos esquecer de Liam Neeson como Qui-Gon Jinn, um dos melhores personagens criados na saga, mostrando um Jedi que verdadeiramente compreende a Força, e é por isso que acaba sendo excluído do Conselho Jedi, pois coloca os desejos da Força acima dos desejos do Conselho. O desenvolvimento de Palpatine também é notável, mostrando como um simples senador consegue manipular todos ao seu redor para alcançar seus objetivos, sem sujar as mãos.

Além disso, o visual é excepcional. Foi inovador na época, embora tenha sido ofuscado pelo lançamento de Matrix no mesmo ano. Podemos criticar o excesso de CGI, mas há cenas que parecem verdadeiras pinturas, como o planeta Naboo. Esses visuais não seriam possíveis na trilogia original. E temos um dos melhores vilões da saga, que, sem dizer praticamente nada e sem um desenvolvimento extensivo, consegue intimidar e ter uma presença marcante, além de protagonizar as melhores cenas de luta da saga.

É um filme audacioso, no qual os easter eggs não são o foco principal, embora estejam presentes. Eles não são jogados na tela a cada cinco minutos, mas estão lá como uma homenagem aos fãs de longa data. O roteiro não se preocupa em recriar tramas ou cenas inteiras, ou apenas incluir personagens antigos para agradar aos fãs.

Em uma conversa com um amigo, comentamos sobre a falta de base literária dos novos roteiristas. George Lucas possui elas e você as encontra a cada filme, além de um conhecimento de história que ele sabe encaixar na trama sem parecer forçado além de referências a suas paixões e filmes que ele assistiu quando jovem, como carros e Bem Hur.

Aproveitem e assistam a este filme, que terá sessões especiais nos dias 4 e 5 de maio em comemoração aos seus 25 anos. Vejam no cinema, pois realmente vale a pena, e cenas como a corrida de Pods e as lutas são ainda mais impressionantes na tela grande.

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