O que Watchmen pode nos dizer sobre ética?
Vamos para a análise sobre Filosofando com Watchmen.
Umas das cenas mais icônicas de Watchmen são os diálogos finais, a discussão sobre o que é o certo a fazer.
Matar milhões para salvar bilhões? Segundo a visão de Veidt. Na qual Rorschach responde: “O nosso dever é fazer justiça. Todo mundo vai saber o que você fez!”, e segue o diálogo:
Veidt – Será mesmo Rorschach, se me denunciar irá sacrificar a paz pela qual milhões morreram hoje.
Coruja II – Paz baseada em uma mentira.
Veidt – Mas é paz, apesar de tudo.
Dr. Manhattan – Ele está certo.
Espectral – Não, não podemos fazer isso!
Dr. Manhattan – Você me ensinou o valor da vida humana, se quisermos preservá-la aqui, temos que ficar em silêncio.
Rorschach – Fiquem vocês com suas mentiras! Não faço acordos, nem mesmo diante do Armagedom.
Rorschach, no final da trama de Watchmen, mesmo sabendo que esta seria sua última atitude antes da morte, ele comenta: “o mal deve ser punido. Pessoas alertadas”. #rorschach sabe que se deixar o plano de Veidt escapar ileso, a justiça foi comprada, mas não realizada. Para Kant, sem justiça, não há valor na vida humana, como vimos acima. O herói se recusa a fazer concessões, vender a justiça, mesmo que isso signifique desfazer a ilusão de Veidt e, portanto, garantir que os milhões que morreram o tenham feito em vão. Enquanto lágrimas escorrem, sabendo do seu destino, ele berra, “vai me mate”, e Dr. Manhattan o evapora. Rorschach não quis a morte. Ele entendeu o que os outros companheiros de luta contra o crime não conseguiam entender: “É melhor sacrificar a vida do que negligenciar a moralidade. Não é necessário viver, mas é preciso que, enquanto vivemos, o façamos com honra” (Kant).
E aí, você concorda comigo?
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