As histórias em quadrinhos (HQs) são uma sequencia de desenhos que vão formando uma série de acontecimentos para contar uma história. Além de desenhos, outros recursos ajudam a narrar essa história. As cores escolhidas em cada cena e os elementos escritos, como os balões que indicam as falas e os pensamentos dos personagens, são alguns exemplos.
Quadrinhos também podem ter legendas indicando a fala do narrador e onomatopeias, que são palavras responsáveis por demonstrar os sons dos ambientes e das ações. Os quadrinhos poder ser impressos em forma de revistas, livros (chamados de Graphic novel), fanzines ou no formato de tirinhas de jornal. E ainda, podem ser digitais, como as web comics, que são quadrinhos publicados na internet.
As histórias em quadrinhso são a nona arte, conhecidas pelo termo de Arte Sequencial. Arte sequencial é um termo cunhado por Will Eisner em seu livro Comics and Sequencial Art e se refere à modalidade artística que usa o encadeamento de imagens em sequência para contar uma história ou transmitir uma informação graficamente. O melhor exemplo de arte sequencial são as histórias em quadrinhos – HQs, que são composições impressas de desenhos e textos utilizando balões de diálogo, especificamente em revistas em quadrinhos e nas tirinhas de jornais.
O termo pode ser aplicado a outros meios, como filmes, animação e storyboards. A arte sequencial existe há milênios e os primeiros exemplos, depois das pinturas das cavernas, são os hieróglifos egípcios, pinturas e imagens dos americanos pré-colombianos.
Assim como existe uma relação dialógica e polarizada entre forma e conteúdo na análise estética, essa relação se manifesta preferencialmente na polarização e complementaridade entre imagem (forma) e narrativa (conteúdo). A leitura dos quadrinhos se dá num processo intencionalmente programado e direcionado. Pode-se dizer que, inicialmente, cada imagem seja passível do que Vilém Flusser chama de “scanning”, se deixando revelar pelas preferências subjetivas da retina de cada leitor. Posteriormente, pela característica sequencial, um determinado sentido passa a conduzir o olhar em função da narrativa visual.
Eisner acredita que a leitura de palavras seja apenas um subconjunto de uma atividade humana mais ampla, que inclui a decodificação de símbolos, a integração e a organização de informações. “Na verdade, pode-se pensar na leitura – no sentido mais genérico – como uma forma de atividade de percepção. A leitura de palavras é uma manifestação dessa atividade; mas existem muitas outras leituras – de figuras, mapas, diagramas, circuitos, notas musicais.”
Ele se refere à leitura de imagens como uma atividade que requer compartilhamento de experiências. Quanto À inevitável presença do texto nos quadrinhos, ainda que oculto, ele afirma que “as imagens sem palavras, embora aparentemente representem uma forma mais primitiva de narrativa gráfica, na verdade exigem certa sofisticação por parte do leitor (ou espectador). A experiência comum e um histórico de observação são necessários para interpretar os sentimentos mais profundos do autor” (p. 20).
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