Por Cintia Maciel e Gelson Weschenfelder
No início da década de 1960, a Marvel Comics já havia revolucionado o
modo de apresentar o gênero de superaventura nos quadrinhos: super-heróis como
Homem-Aranha e Hulk estavam entre as Histórias em Quadrinhos (HQs) mais
vendidas no mercado. Stan Lee e Jack Kirby transformaram o universo Comics em
1963, criando super-heróis que já nasciam com superpoderes, devido a mutações
genéticas. X-men é o melhor exemplo desse tipo de super-heróis.
A tese central que sustenta esses super-heróis é a de que a “mutação é a
chave da nossa evolução. Ela permite-nos evoluir a partir de um organismo
celular até à espécie dominante do planeta, num processo lento que costuma
levar milhares e milhares de anos. Mas a cada poucas centenas de milênios a
evolução dá um salto” (Singer, 2000).
O mutante Anjo, que
havia sido sequestrado por Callisto com a intenção de fazê-lo seu companheiro,
tenta salvar os Morlocks mas é emboscado pelos Carrascos e acaba com grandes
ferimentos em suas asas. Levado até um hospital, suas asas são amputadas e isso
o deixa profundamente abalado, mais tarde acaba cometendo suicídio. Descobre-se
posteriormente que o amputamento de suas asas foi planejado pelo diretor do
X-Factor, Cameron Hodge, que queria tomar posse da fortuna de Warren e planejou
também a queda do X-Factor, ainda sabe-se que Warren não morreu em sua
tentativa de suícido, foi sequestrado e alterado geneticamente por Apocalipse e
tornou um de seus cavaleiros, conhecido como Arcanjo.
Para além dos
ferimentos, os ataques dessa saga marcam um ponto crucial na cronologia dos
filhos do átomo. A partir deste ponto, vários mutantes decidem seguir rumos
diferentes. Kitty Pride junto com Noturno parte rumo à Inglaterra para que se
curem completamente. Lá acabam conhecendo Brian Braddock, sua namorada Meggan e
sua irmã Psylocke e fundam o grupo que fica conhecido Excalibur.
Os X-Men restantes
ficam em busca de respostas para os ataques dos Carrascos, mais tarde descobrem
sobre o Senhor Sinistro e o confrontam em uma batalha final, na qual a Mansão X
é completamente destruída. Além disso, após o Massacre o X-Factor precisa
enfrentar o vilão Apocalipse para libertar Warren de seu domínio.
Outro ponto importante
na história é o fato de que em nenhum momento X-Men e X-Factor se encontram, já
que os integrantes do X-Factor se disfarçaram e se apresentaram como caçadores
de mutantes e assim os X-Men realmente acreditaram que a outra equipe era
formada por caçadores. O encontro das
duas equipes se dá na saga Inferno (outubro
1988 - agosto 1989), quando é revelado a Scott Summers a verdade sobre a esposa
que abandonou para ajudar os mutantes durante o massacre, Madelyne Pryor, que
era uma clone de Jean Grey criada pelo Senhor Sinistro.
Refletindo sobre a história do ponto de vista da opressão, poderia ser
encontrada uma relação com a ideia de opressão abordada nas obras de Paulo
Freire? Segundo o autor, a opressão acomoda os oprimidos em sua própria
engrenagem, faz com que temam a sua liberdade, que tenham medo de buscá-la ou
assumi-la. Para Freire, o oprimido está preso no determinismo, as coisas são
assim por que tem de ser, aqueles que estão “imersos na própria engrenagem da
estrutura dominadora, temem a liberdade, enquanto não se sentem capazes de
correr o risco de assumi-la” (FREIRE, 2005, p. 38). Neste cenário, o objetivo
dessa pesquisa, além de analisar os discursos presentes nas HQ’S de X-Men e nos
livros de Freire, é relacionar os diálogos presentes em Massacre de Mutantes
com as obras do educador Paulo Freire.
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