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O sentido da Vida em Wish Dragon

Por Gelson Weschenfelder

    Qual o sentido da vida? Ter poder, dinheiro para conquistar tudo que desejas, e assim conquistar a felicidade? Ou ter uma vida simples, ao lado das pessoas que amamos é o suficiente? Esse é o plot do filme Wish Dragon. Uma animação co-escrita e co-dirigida por Chris Appelhans. Produzida por Sony Pictures Animation, Base FX e Flagship Entertainment Group, o filme com Jackie Chan (que também está produzindo o filme), Constance Wu, John Cho, Will Yun Lee, Jimmy Wong e Bobby Lee. A empresa de Jackie Chan, Sparke Roll Media, é produtora e co-investidora no filme. Chan deu voz aos personagens nos lançamentos chinês e inglês do filme.

    O filme foi lançado agora em 2021 por Sony Pictures Releasing na China e nos Estados Unidos. E está na Plataforma Netflix.

    A trama é "um conjunto de releitura de gênio na China contemporânea", baseado em uma história original de Chris Appelhans (que também é o co-diretor do filme). "O conto de fadas moderno pega os desafios morais que emergem de encontro entre um menino e um dragão que é capaz realizar desejos".

    Long, o Dragon dos desejos, é enviado para a Terra para realizar desejos de 10 pessoas. Mas por trás de tudo isso, está um grande dilema que é o tema da animação. Long foi punido pelos deuses, a ser enviado para a Terra, e só poderá entrar pelas portas dos céus, caso entender qual o verdadeiro sentido da vida. 

    Mas qual é o verdadeiro sentido da vida?

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    O sentido da vida constitui um questionamento filosófico acerca do propósito e significado da existência humana. Segundo Tiedemann, este questionamento demarca a "interpretação do relacionamento entre o humano e seu incrível mundo". Há uma quantidade inumerável de possíveis respostas para "o sentido da vida", frequentemente relacionadas ou com a religião ou com a filosofia. Opiniões sobre o sentido da vida podem por si próprias se distinguir de pessoa por pessoa, bem como também pode variar no decorrer da vida de cada humano. No entanto, de uma forma mais ampliada, não existe consenso sobre tal.

    Para os filósofos gregos, o sentido da vida consiste na aquisição da felicidade (eudaimonia). Esta era comumente considerada a característica mais elevada e mais desejada. Para os Estoicos, só aqueles que vivem em uníssono com a ordem do cosmo, livre de emoções, desejos e paixões e seja indiferente perante ao próprio destino, alcançaria o estado final "apatia". Esta insensibilidade perante os acontecimentos da vida, a "paz estoica", significava a verdadeira felicidade. Por outro lado, para Epicuro, o sentido da vida jaz no desejo. Condições prévias de felicidade eram a superação do medo e da dor. Recomendava-se ainda a isolação da vida pública resguardando-se apenas a um pequeno círculo de amigos.


    Para o filósofo Platão, a alma imortal humana consistia de três partes: a razão, a coragem e os instintos. Apenas se essas três partes estivessem em equilíbrio e não se contradissessem mutuamente, o ser humano poderia ser feliz. Já para Aristóteles, não julgava a felicidade como uma condição estática, mas sim uma constante ativa da alma. A felicidade humana perfeita só poderia ser encontrada na contemplação da vida, isto é, no filósofo e/ou no pesquisador científico. Segundo esse filósofo o caminho da felicidade está em encontrar a potencialidade individual e coloca-la em prol da Polis (comunidade onde vive), para assim ser aceito por ele e fazer parte dessa.

    A Idade Média foi finalmente o tempo no qual o Cristianismo dominou na Europa, detendo o monopólio de todo o sentido oferecido àquele tempo. A ênfase do sentido transferiu-se do pessoal ao coletivo, na sucessão pessoal de Cristo e a união mística com Deus que já havia sido procurada. Assim, com a declaração da vida eterna, o significado da vida na visão da Idade Média estava na máxima e eterna comunhão com Deus.

    Já na Idade Moderna, para o filósofo Montaigne, o sentido da vida consistia em uma busca exaustiva por um sentido para a sua própria existência. Segundo ele, há um método para encontrar tal questões, há eixos centrais para encontrar a busca pelo sentido da vida na filosofia de Montaigne são essencialmente quatro: conhecimento de si, solidão, prazer e meditação sobre a morte.

    Para o filósofo alemão Nietzsche, o sentido da vida é aceitar a tragédia que é a vida. Segundo ele a vida tem ciclos repetitivos. Estamos sempre presos a um número limitado de fatos que se repetiram no passado, acontecem no presente e se repetirão no futuro. Deve-se quebrar esses ciclos. Seu propósito era buscar sentido para a existência humana em um mundo no qual os velhos valores haviam derretido. Um mundo as leis morais, no qual não nos restava outra alternativa senão andar por conta própria.


    O dramaturgo Shakespeare, defendia que a vida não tem sentido. Mas a busca pelo conhecimento ou por uma vida eticamente responsável mostram que há coisas que valem a pena e podem dar conteúdo à existência.  Já para o mitólogo Joseph Campbell, a vida é desprovida de sentido, somo nós que damos a ela. O sentido da vida é aquilo que você atribui a ela. Segundo ele estar vivo é o sentido.

    Já na trama, Long descobre que, o sentido da vida não é possuir poder, riquezas e assim gerar respeito pelos outros. Mas sim, não colocar suas necessidades a frente dos outros. Algo parecido coma ideia aristotélico, de utilizar suas potencialidades em prol dos outros, em prol da comunidade em que vive. Assim, encontra o dom de viver, pois não há vida sem a coletividade.



Gelson Weschenfelder é Pesquisador, Professor e Escritor.  
Doutor e Mestre em Educação e Graduado em Filosofia. 
Conhecido como Filosofo dos Quadrinhos.






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