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NOVA DISTRIBUIDORA BRASILEIRA, RETRATO FILMES LANÇA NOS CINEMAS SEU PRIMEIRO FILME: O AUGE DO HUMANO 3

 


Premiado em Locarno, longa do argentino Eduardo Williams estreia no Brasil em 15 de agosto

Recém chegada no mercado brasileiro, a distribuidora Retrato Filmes lança seu primeiro filme nos cinemas nacionais: O AUGE DO HUMANO 3, do argentino Eduardo Williams. O longa, que estreia dia 15 de agosto, foi premiado - entre outros festivais - no 76º Festival de Locarno, com o Prémio Da Crítica Boccalino D’Oro. A proposta da Retrato é trazer ao Brasil produções independentes sobre temas variados e com impacto social e artístico.


‘O Auge do Humano 3’ nasce da ideia do diretor de fazer um filme ambicioso que tivesse tanto de documentário como de ficção-científica, onde o surreal e o documental se encontrassem em uma mesma cena, e dá sequência a um projeto iniciado em 2016, com O Auge do Humano, que ganhou dois prêmios em Locarno naquele ano: melhor filme, e menção especial entre os cineastas estreantes.

O novo longa tem coprodução da brasileira Estúdio Giz e foi filmado em três países: Peru, Sri Lanka e Taiwan, sob uma atmosfera de estranha sensação de apocalipse, unificando os diferentes territórios do filme. Suas falas são estranhas, mas postas em um contexto de normalidade, e ditas de uma forma corriqueira, causando questionamentos se provêm de um delírio poético ficcional ou se são fruto da imaginação dos próprios atores não-profissionais.

“Meu objetivo era fazer um filme que não fosse apenas reflexo das minhas ideias, mas do que acontece quando elas são apropriadas por pessoas diferentes e refletidas em espaços que eu não conhecia na época em que as escrevi”, conta Williams, que também assina o roteiro.

O filme começa com três grupos de amigos à deriva pelos seus próprios contextos e, gradualmente, começam a partilhar os espaços e os sonhos uns dos outros, culminando numa marcha coletiva.

Williams, que estreou com o curta ‘Pude ver un puma’, em 2011, exibido em Cannes, filmou ‘O Auge do Humano 3’ com uma câmera 360º, técnica que já utilizou em seu último curta-metragem: Parsi. Esse tipo de equipamento - que tem oito lentes e cria uma imagem em forma de esfera – permitiu ao diretor a possibilidade de não precisar se preocupar com os enquadramentos durante a filmagem, apenas com o posicionamento entre os atores.

Desafiando um cinema mais convencional, Williams não realizou ‘O Auge do Humano 2’, pulando diretamente para o terceiro filme da série, permitindo ainda mais um radicalismo formal e impactante no público, não apenas pela temática, mas também pelos aspectos formais do novo trabalho que combina documentário e encenação.

“Gosto muito quando os elementos que vieram para o filme de forma documental, digamos, as improvisações ou outras coisas assim, às vezes são vistos pelos espectadores como o elemento da fantasia, ou como a parte surrealista. Claro, uma coisa é como eu trabalho com eles, e outra coisa é como eles são vistos. Muitas coisas vieram para o filme de forma documental, como os improvisos ou as pessoas que estavam ali nas ruas, que não faziam parte consciente disso”, conta o diretor.

Coprodução entre Argentina, Portugal, Holanda, Taiwan, Brasil, Hong Kong, Sri Lanka e Peru, o filme foi exibido em diversos festivais, como o de Toronto, de San Sebastián, de Nova York, do Rio e na Mostra de São Paulo, e recebeu diversos elogios da crítica especializada.

“Uma visão oportuna e perspicaz da relação recíproca entre os seres humanos e as tecnologias que criamos”, escreveu a revista Variety em sua crítica. “Orgulhosamente imune às convenções narrativas, o filme não imita uma estética que se tornou tão proeminente em nossas vidas mediadas pela tela, mas se pergunta o que pode ser construído sobre ela”, disse a The Film Stage.

‘O Auge do Humano 3’ será lançado no Brasil pela Retratos Filmes.

Sinopse

Diferentes grupos de amigos vagam em um mundo chuvoso, escuro e onde venta muito. Eles passam um tempo juntos, tentando fugir de seus empregos deprimentes, vagando constantemente em direção ao mistério de novas possibilidades.

Ficha Técnica

Roteiro e Direção: Eduardo Williams

Elenco: Meera Nadarasa, Sharika Navamani, Livia Silvano, Abel Navarro, Ri Ri Yang, Bo-Kai Hsu

Produtores: Jerónimo Quevedo, María Victoria Marotta, Eduardo Williams, Nahuel Pérez Biscayart, Aline Mazzarella, Matheus Peçanha, Ico Costa, Meng Xie, Chu-ti Chang

Produtores executivos: Felipe Fernandes, Gerald Herman, Naomi Pacifique, Albert Kuhn, Germen Boelens, Raymond van der Kaaij, Stefano Centini, Julia Alves

Direção de fotografia: Victoria Pereda

Edição: Eduardo Williams

Som: Paulo Lima, Yu-Hsien Wu, Chris Shiao, Isis Araújo

Edição de som: Paulo Lima

Mixagem de som: Tiago Bello, Tiago Raposinho

Trilha original: Alada

Efeitos visuais: Eduardo Williams

Países: Argentina, Portugal, Holanda, Taiwan, Brasil, Hong Kong, Sri Lanka, Peru

Duração: 121 minutos

Sobre a Estúdio Giz

Estúdio Giz é uma produtora audiovisual fundada em 2014. Com sede no Rio de Janeiro, a empresa trabalha no desenvolvimento e na produção de projetos para TV e cinema em parceria com criadores independentes. É produtora dos longas ‘Sem Seu Sangue’ (2019), de Alice Furtado, com estreia mundial na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2019, e ‘Paulistas’ (2017), de Daniel Nolasco, com estreia mundial na mostra competitiva ‘Next Masters’ do Dok Leipzig 2017. É coprodutora dos longas “O Auge do Humano 3” (2023), de Eduardo Williams, com estreia mundial na Competição Oficial do Festival de Locarno, ‘A Outra Forma’ (2022), de Diego Felipe Guzmán Ramirez, com estreia mundial no Festival de Annecy 2022, ‘Como Matar a Besta’ (2021), de Agustina San Martín, com estreia mundial no Festival de Cinema de Toronto 2021, ‘A Alma Quer Voar’ (2020), de Diana Montenegro, com estreia mundial no Tallinn Black Nights 2020 e ‘Canto dos Ossos’ (2020), de Jorge Polo e Petrus de Bairros (Prêmio de melhor longa na Mostra de Tiradentes 2020). A Estúdio Giz é também produtora associada de ‘El Auge del Humano’ (2016), de Eduardo Williams, filme vencedor do Leopardo de Ouro da mostra Cineasti del Presente; no Festival de Locarno em 2016. Além disso, a produtora conta com 13 curta-metragens em seu catálogo, exibidos e premiados em mais de 40 festivais de cinema, como FICUNAM, Festival de Havana, Mostra de Cinema de Tiradentes, Queer Lisboa, entre outros.


Sobre a Retrato Filmes

A Retrato Filmes é uma distribuidora audiovisual fundada por Daniel Pech e Felipe Lopes, focada em longas independentes com perfil autoral, com o objetivo de ampliar a distribuição de obras brasileiras e coproduções latinas. Com carreira consolidada na distribuição, Felipe Lopes é sócio da Vitrine Filmes, estando à frente de lançamentos de sucesso como Aquarius, Bacurau, Nosso Sonho e A Vida Invisível. Já Daniel Pech, se lança na distribuição após atuar por anos como produtor à frente da Multiverso Produções em obras selecionadas para festivais como Berlim, Londres, Locarno, San Sebastián, Rotterdam, dentre outros, e licenciadas para diversos canais e plataformas como Netflix, Mubi, Globoplay e HBO. A distribuidora conta ainda com Carmen Galera, que já passou por empresas como Bonfilm e Pagu Pictures, como Gerente de Lançamentos. Com um início sólido, com lançamentos fortes e de gêneros diversos programados para os próximos meses, a empresa vem também estabelecendo parcerias e montando sua carteira de lançamentos para 2025.

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